sábado, 13 de dezembro de 2008

À meia noite, a gente vira abóbora

Certo dia, Cinderela
Bateu asas e voou
Passarinho dera a ela
Uma nave de tricô

Lá em Júpiter
Aquecida
A moçá só viu
Maçã

Fez um roque
Atrevido
Uma marchinha
Pro Irã

Ao chamarem-na:
- Comunista!
(oportunista, VJ de programa de entrevista - aí pode ser qualquer coisa...)
Cinderela se
Tocou:

- Nesta vida,
Sou artista
Ou encontro
O meu
,O meu o quê mesmo?
E caiu.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ser (ou não seremos?)

Edgar Allan Poe
sia
mês que vem...
Hoje tem
pó Ema
Thompson Bayer Roche
Ache-

-se
mês que vem,
tudo der certo,
suco de laranja
apenas
a penas
duras

(antes elas do que eu)

sereia
dona, dona, dona de si
me
tria
gem
dona de casa
Donna Lewis!

:
- Emas estão em extinção.

Nós também
tão bem
serenos
estomazis

Temo azia
Teimosia...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

joio

Joel que era jóia
deu ao filho o nome
Ismael

(culpa dos ismos)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

uni versos

agora
uni versos
uni-dados

versão
aversão
conversão
x X y = 1
y X x = 1

verso
versus
inverso =
= universo = z = 1

x X y =
= y X x =
= 1/y X y =
= x X 1/x
= z = 1

universo = unidade

sexta-feira, 30 de maio de 2008

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Repente



Música ilustrada por Gabriela Charpinel. Harmonia de Pedro Soares.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

anchôva

não quero tártaro
nem tartarugas
e rugas menos

não quero
rusgas
nem rasgações,
à luz da vela,
de seda

(veladas)

rasgadas
sejam
as roupas
da rainha
da Inglaterra

e que as
mocréias
se realizem
peladas

terça-feira, 29 de abril de 2008

Etiqueta

bom senso:
fugir do senso comum

segunda-feira, 28 de abril de 2008

assinto

paradigma
para
para
pára

assento o
acento

domingo, 20 de abril de 2008

alho

praticar
praticar
alho

pra ti

quarta-feira, 26 de março de 2008

oOO BUnda o o o O

Para o pobre
coitado,
bunda

Para acompanhar
o samba,
bunda

Para acompanhar
o gringo,
bunda

Para a celulite,
nenhuma solução.

terça-feira, 25 de março de 2008

About me

I'm interested
about people
their feelings
means
and meanings

quarta-feira, 12 de março de 2008

Cai, cai, balão

o céu
.
.
.
o chão:

- ai!

o céu
.
.
.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Putaria

Esquerda, direita, esquerda, direita. Esquerda. Direita. Meus dedos marcham o seu corpo nu. Helena é um copo de leite pela manhã, pão-de-açúcar, o seio esquerdo maior que o direito. Ela seio, eu cuspe.

Bruta. Helena é forte e bruta; bruta porque defende em si toda a infância da vida. Helena é um mundo sem fim. É garoto imundo embaixo da marquise. Ouvi dizer que, quando tem as suas crises, Helena é qualquer outra coisa. Mariposa, larva, ovo. Uma ova! Mulher Helena é lobo: lobo em pele de lobo. É mulher, é maluco, é gasolina. É serpentina fora de época.

Eu desejo que todo carnaval de Helena não acabe; que essa noite não acabe nunca. Jabor diz que sexo é genitália. Helena diz o que tenta disfarçar qualquer malandro, qualquer canalha. E nem por isso é menos ordinária (na auto-acusação há um quê de volúpia...). É que ela não se finge de otária. Não é. Helena é orgulho, é futuro, é foda. Eu quero mais é que ela me fôda.

Pássaro, peste, margaridas. Helena naquela sua calça comprida vestida numa perna só. Só assim não tinha mais jeito. Ela me dava o que era de direito e eu agradecia. Eu era culpada, vadia, constrangida e sapatão. Helena era um rojão e todas aquelas frases...Ai. Eu, Sofia, safada, católica, paquita, ouvia o que não era mais confissão. Eu lambia, ela lambia. Eu gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia

Futuro do Pretérito - Parte 4

Bebíamos vodka e saliva nos intervalos. Eu e Sofia dividíamos tudo: o quarto, a cama e a vida. Nós éramos uma e mais dois ou três. Nos devorávamos, alimentávamos uma da outra. Fomos até vampiras antes de caipiras, hippie-chics, paranóicas e madre -terezas de araque.

Sofia gosta de Henri e também gostava de mim. Ele não conseguiu conceber sentimento tão avesso às escrituras e a deixou. Irresitível é aconchegar-se na certeza de um conto de fadas.

Henri tornou-se o príncipe de orgulho e testa feridos, e eu a fada madrinha hipocondríaca a acobertar qual fosse a desilusão. Ele tinha a puta libertina e a assumia. E não foi capaz de enxergar a mulher que emergia em meio àquele monte de disse-me-disse e menáge a troi.

domingo, 2 de março de 2008

Futuro do Pretérito - Parte 3

Alguns holandeses não cheiravam muito bem, e aquele perfume forte e de mau gosto desafiava a escolhida do Marquês de Sade. Imagine o que não nos causava, burguesinhas de merda, duras, dando pra coroas em troca de um trocado?

O dia era todo vermelho. Éramos duas putonas ensandecidas, aprendizes de terroristas fugidos e de putas de maior quilate. Tínhamos o corpinho bem delineado. Eu, que sempre quis usar delineador, nem lá na Holanda eu consegui.

No dia em que eu aprender a aplicar maquiagem, no rosto que seja, serei capaz de dominar o mundo. Eu e Sofia queríamos dominar o mundo.

Futuro do Pretérito - Parte 2

Não tenha medo nem pena do Lobo Mau! - eu lhe encorajava as revoluções. A essa altura, éramos todos bichos. Porcos e cobras e cabras também. Agora era tudo ou nada.

Quando enfim putas braZucas xenófobas em território alheio, eu e Sofia nos divertíamos pela quase improvável madrugada. E nos vimos presas: eu aos meus ideais, ela a seu onírico passado.

Futuro do Pretérito - Parte 1

Ele disse não. Henri nunca mais atendeu a um telefonema e, quando o fez, resumiu-se a um basta. Amava Sofia mas não seria capaz de suportar mais de um de seus dias sem tempo, mais um segundo de seu silêncio.

Na última vez que que se viram, Henri e Sofia, ele nem sequer provou de seu sexo, mas, passarinho que é, encheu os alvéolos de ar de professor para falar a Sofia sobre o que ela deveria aprender - o termo fez questão de frisar.

Condenada ao tempo incerto, Sofia obsecava-se sob o cárcere da recente perda. E como chorava. Queria morrer - confessou-me. Eu disse que não. Conjeturei como seria viver a seu lado. Inveja boa.

Sozinha, Sofia tinha hoje os olhos na janela. Nem um centímetro a mais. Seu pensamento sempre foi mais longe.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Você me engoliu

Você me engoliu. Você me engoliu e regurgitou um pintinho, ovo que comeu no almoço. Eu estava correndo, correndo, correndo, correndo. Sabe? Em direção à árvore. Você estava atrás da árvore e fugiu. Dizia... “Vem, vem aqui me pegar”. Você não dizia, mas botava a perna pra o lado de fora – da árvore –, tipo teste psicotécnico; a perna e o rosto. Você era a chapeuzinho.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Poema Riscado

me arrisquei
e risco
viro a página
se faz-se
necessário

mas não tranquei
meus desejos
no armário
nem me pergunto
como então
seria

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Um dia

No dia em que eu me libertar da prisão do eu, Tadeu será o rei dos Zés Ninguéns.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Amor

Cheguei em casa e ela estava se trocando. Toalha à altura do umbigo e uma blusa de malha, fininha, fingindo-lhe cobrir os seios. Sentei à minha cama.

Enquanto se arrumava, Helena mantinha-se de costas por um respeito inviolável a mim. Eu aproveitei para olhar.

Ela tinha as costas fortes e, ainda assim, delicadas. Pensei que essas revoluções não lhe foram de todo o mal.

...

O que sobrou de sua ternura é esse sorriso meio tímido, meio docemente maligno (ele mente), que me chama agora, pra onde eu estou indo? Pra que ternura no século XXI?

...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Sofia nos Malvados



Ah, Sofia...

http://sofiadaputa.blogspot.com

Agradeço ao Rodrigo Souza pela dica. ;)

domingo, 20 de janeiro de 2008

Você

O tempo que você desperdiça para me convencer deveria ser empregado em conquista.
 
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