segunda-feira, 3 de março de 2008

Putaria

Esquerda, direita, esquerda, direita. Esquerda. Direita. Meus dedos marcham o seu corpo nu. Helena é um copo de leite pela manhã, pão-de-açúcar, o seio esquerdo maior que o direito. Ela seio, eu cuspe.

Bruta. Helena é forte e bruta; bruta porque defende em si toda a infância da vida. Helena é um mundo sem fim. É garoto imundo embaixo da marquise. Ouvi dizer que, quando tem as suas crises, Helena é qualquer outra coisa. Mariposa, larva, ovo. Uma ova! Mulher Helena é lobo: lobo em pele de lobo. É mulher, é maluco, é gasolina. É serpentina fora de época.

Eu desejo que todo carnaval de Helena não acabe; que essa noite não acabe nunca. Jabor diz que sexo é genitália. Helena diz o que tenta disfarçar qualquer malandro, qualquer canalha. E nem por isso é menos ordinária (na auto-acusação há um quê de volúpia...). É que ela não se finge de otária. Não é. Helena é orgulho, é futuro, é foda. Eu quero mais é que ela me fôda.

Pássaro, peste, margaridas. Helena naquela sua calça comprida vestida numa perna só. Só assim não tinha mais jeito. Ela me dava o que era de direito e eu agradecia. Eu era culpada, vadia, constrangida e sapatão. Helena era um rojão e todas aquelas frases...Ai. Eu, Sofia, safada, católica, paquita, ouvia o que não era mais confissão. Eu lambia, ela lambia. Eu gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia, gemia

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