sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Júlia - Parte 1

Antes que me pergunte sobre o que foi feito de Sofia, eu adianto: ela escolheu o seu destino. E foi pelo acaso desse mesmo destino que Júlia me ligou depois de meses sem vê-la e tempos muitos mais sem senti-la. Ela disse aquelas coisas
- Caramba! Como é que você tá?

E outras
- Por que sumiu? Foi vingança?

Conversamos um pouquinho pelo telefone e ela me convidou para um provável programa de índio. Eu fiquei de pensar e retorná-la. Só que já tinha combinado com a ex (não Sofia, mas Marie, a anterior) de ir ao cinema. Perdi o horário do cinema por ter esquecido de sacar algum trocado. Sugeri, pois, à Marie que me acompanhasse até o banco para que, em seguida, fôssemos ao encontro de Júlia.

Júlia pensava que eu não fosse mais – aposto. Mas a vi aquecer a mesa com cerveja e dois bem apessoados amigos antes do início da apresentação. Não era mais minha amiga e nós não iríamos sair. Ela veio doce e sedutora, veneno camuflado, chocolate e tonalizante loiro. Eu fui como quem não quer nada, conheci seus colegas e apresentei Marie, como Marie, aos presentes na mesa. Voltei para casa com Marie antes que os demais se dirigissem ao destino combinado. Lá nos amamos.

No segundo encontro, Júlia disse já ter em mente os próximos e que eles não me incluíam para além de um amigo. Nós, segundo ela dois bicudos, nem sequer poderíamos transar. Por um reencontro e dois segundos, eu compreendi que não era essa a vez do xeque-mate de minhas carências e nem de amarrá-las desnudas aos suaves pés de Júlia – ela estava mais bonita do que nunca – à espera de migalhas de pão francês.Também não era o esperado momento em que eu me casaria, com ela ou com Marie, como um bom burguês. Eu tinha de pensar em outra solução.

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