sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Amsterdã - Parte 1

Eu me lembro, como se fosse hoje, da primeira vez que decidimos sair pelo mundo afora. Era início da noite, metade do dia. A Terra e todos os seus satélites giravam indiferentes; os outros planetas também. Plutão estava frio e calculista em seu esconderijo de astro. Mercúrio queimava por dentro: primeiro, corado, perto, bem perto do Sol. Éramos um casal de apaixonados.

Eu assentia que Sofia quisesse o Universo ao passo que ela me doutrinasse sobre o poder da sofisticação. Era inato. Relato que a jovem mulher nada dizia a respeito, mas levava à boca a piteira, incapaz de admitir que amarelassem quão formosas são as suas mãos de fada. Só assim é que ela permitia-se uma cigarrilha. Nunca lhe faltou merecimento. Não fosse o meu desdém pelo assunto, eu arrancaria o misticismo destas solitárias páginas e lhes daria vida.

Sofia tinha lobos e lebres e lábias de outrem a palpitar-lhe as veias. Isso foi desde sempre. Agora, é tudo polução noturna. E nós uma história sobre dois jovens tentando ganhar a vida fácil. Luzes vermelhas. Longe das câmeras e dos antigos caminhos, nós éramos menininhos sobre as suas bicicletas. A vida, o príncipe do primeiro baile.

2 comentários:

Gal disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gal disse...

meu primeiro principe vai voltar um dia pra me buscar pro baile.ele me deixou esperando no meu sweet sixteen.
o ultimo, me deixou ir embora de sua vida assim, como seu nada fosse.

vou no centro de umbanda fazer um trabalho pra esse ultimo, que ele nunca mais vai conseguir comer ninguem.nem voce, se vc insistir muito.nem bunda de criola que ele tanto quer. nem viadinhos. nada
juro que eu vou.

 
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